Atividades aos sábados das 15h às 17h30 na quadra da escola Sebastiana Cobra na Rua dos Amores Perfeitos, 95 - Jardim das Indústrias - São José dos Campos.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Olave St. Clair Soames nasceu no dia 22 de fevereiro de 1889 na
Inglaterra (falecida em 25 de junho de 1977). Seu pai Harold Soames e
sua mãe Katherine Hill tiveram mais dois filhos, um menino chamado
Arthur e uma outra menina chamada Auriol, quando nasceu Olave, puseram
este nome porque esperavam um filho homem que se chamaria Olaf.
A Vida de Olave, desde pequena foi feliz e sempre rodeada de pessoas
queridas. Apesar de sua saúde precária nos primeiros anos, o contato
permanente com a natureza e sua vida ordenada a transformou numa jovem
sadia e alegre, forte e com uma incrível energia. Nunca foi para
colégios ou centro superiores mas foi educada por instrutores que eram
parte da família.
Sempre se interessou por música e tocava violão muito bem. Durante
anos praticou rodeada de seu esposo e seus filhos, mas seu trabalho não
lhe deu tempo para aperfeiçoar. Olave foi uma grande interessada em
esportes, praticou tênis, remo, patinação, montava a cavalo, andava de
bicicleta e quando estava cansada conduzia carruagem e automóvel. Nesta
época, há algo de curioso em sua vida: apesar de gozar de tudo aquilo
que uma jovem poderia ambicionar, sentia um grande vazio em sua vida, em
seu interior queria ser útil e poder servir aos demais. Por ser muito
jovem não a aceitaram na escola de enfermagem o que a fez desistir de
seguir alguma carreira.
Ao atingir a maturidade, Olave achou que a vida da sociedade de sua
época era bastante monótona e, por isso, resolveu dedicar-se aos meninos
inválidos, que ela recolhia em Bornemouth, onde cuidava deles. Em 1912,
quando tinha 23 anos, seu pai que a cada ano viajava ao exterior,
convidou-a a acompanha-lo em uma viagem às Índias Ocidentais. Embarcaram
no "Arcadian" sem imaginar que seu futuro ia mudar totalmente durante
aquela viagem. Neste barco viajava, acompanhado de vários oficiais, Lord
Robert Baden-Powell, fundador do Escotismo, que nesta época já
ostentava o título de Lord, e gozava de grande popularidade e reputação
em muitos países do mundo. Um amigo de seu pai apresentou Olave a
Robert. Ele tinha 55 anos naquela época, o que não impediu que entre os
dois nascesse um grande amor, já que possuíam as mesmas idéias e
aspirações. O curto tempo da viagem, foi suficiente para compreender que
haviam nascido um para o outro e seus futuros lhe preparavam uma grande
missão.
Quando deixaram a Jamaica, Baden-Powell e Olave estavam noivos e, em
outubro do mesmo ano, casaram-se, indo passar sua lua-de-mel na África,
iniciando uma vida em comum que foi enriquecida por três filhos: Peter
que nasceu em 1913, Heather em 1915 e Betty em 1917. Entre o cuidado com
a casa, a educação dos filhos e a ajuda pessoal a seu esposo,
transformou-se em sua secretária, encarregada de manter correspondência
com milhares de pessoas de todo o mundo que lhe escreviam. Nestes anos
já havia muitos grupos de Bandeirantes na Inglaterra e sua Presidente
era a irmã de Lord Baden-Powell, Agnes. Havia uma grande necessidade de
dirigentes e coordenadores e por esse motivo em 1914, Lady Baden-Powell
entra para o Movimento Bandeirante e dedica seus esforços na área onde
residem. Pouco a pouco se deu a conhecer por sua organização, sua
liderança, seu entusiasmo e personalidade. Já em 1916 é nomeada
Comissária Chefe. Nesta época a Inglaterra atravessava uma época
difícil, pois a guerra impedia que fossem realizadas muitas atividades
Bandeirantes, havia muita preocupação. Os poucos grupos ativos de
Bandeirantes dedicavam-se aos primeiros socorros, emergências e
serviços. Lady Baden-Powell se manteve em permanente contato com todos
estes grupos e visitou toda a Inglaterra. Em 1918 foi nomeada Chefe
Bandeirante da Grã-Bretanha. Também em 1918, Olave recebeu o "Gold
Fish", medalha que só a ela foi concedida, pois é mais importante que o
próprio "Silver Fish", a mais alta condecoração do Bandeirantismo
Inglês. Com a colaboração de Olave neste mesmo ano é impresso o primeiro
exemplar Bandeirante já dirigido a menina, conhecido como o livro de
Baden-Powell (Girl Guiding), se agrega a este manual, especificamente
para treinamentos o livro chamado "treinando meninas como Guias". Olave
sempre teve em mente estender o movimento a muitos lugares, por isso deu
muita importância a todo tipo de material impresso.
Desejando difundir o Movimento Bandeirante em nossa terra, em 1919
Lady Baden-Powell escreveu uma carta às mulheres brasileiras, na qual
lhes pedia que se interessassem pela causa que estava congregando
meninas e jovens de todo o mundo. Foi portador desta carta o Sr.
Barclay, amigo dos Baden-Powell, que vinha ao Rio de Janeiro a negócios.
Aqui chegando, o Sr. Barclay, entrou em contato com Sir Henry Lynch, a
quem entregou a mensagem de Lady Baden-Powell. Sir Henry Lynch e seu
irmão Sr. Edmund Lionel Lynch, interessados pelo assunto, pediram a sua
mãe, Sra. Adele Lynch, que promovesse uma reunião em sua casa,
convidando diversas autoridades e senhoras que pudessem tomar a
iniciativa de fundar o Bandeirantismo em nosso país. Esta reunião
realizou-se no dia 30 de maio de 1919.
Naquela época em muitos países já havia Bandeirantes e Fadas, por
esse motivo foi necessário criar um comitê específico que pudesse manter
a comunicação permanente com todos os países, intercambiando
correspondência, notícias, relatórios, necessidade. Lady Baden-Powell
contou com a colaboração de várias mulheres, não só em seu país, todas
elas ativas dirigentes, comissárias, como também encontrou respostas
favoráveis nas amigas que tinha fora da Inglaterra. Ela aceitou ser a
Primeira Presidente deste Comitê e a curto prazo conseguiu formar outro
fora do país que se encarregava dos grupos de meninas e jovens, cujos
pais residiam em outros continentes. Foram estes órgãos, que deram a
base para a existência do que hoje conhecemos como Bureau Mundial e
Associação mundial de Bandeirantes, cuja sede é em Londres, Inglaterra.
Graças a Deus que lhe concedeu um organismo forte e uma mente sã para
poder realizar o trabalho a que se propôs, de manter vivo os ideais de
seu querido esposo. No ano de 1937 a saúde de Lord Baden-Powell começa a
enfraquecer e eles decidem mudar para o Kenya, lugar aonde já haviam
vivido casados e aonde ele cumpriu com sua carreira militar na
juventude. Compraram uma propriedade rodeada de natureza primitiva e
exuberante que puseram o nome de PAXTU, o que significa "paz para dois".
Nestes anos ela se dedica a cuidar de seu esposo, recopiar escritos e
pinturas, atender correspondência e receber visita de filhos, amigos,
muitos deles vindo de longe somente para vê-los. Em 8 de janeiro de
1941, falece Lord Baden-Powell, e foi enterrado no mesmo lugar em que
viveu seus últimos anos.
Este período na vida de Lady Baden-Powell é triste, permanece no
Kenya, respondendo ao correio permanentemente e colocando em ordem o
legado de seu esposo, o que a ajuda a aliviar sua solidão. No próximo
ano decide retornar a Londres onde a chamam para voltar a tomar conta do
Movimento e nesta ocasião a colaborar também com Boy Scouts; tem a
agradável surpresa de ser instalada em um apartamento no palácio de
Hampton, pelos reis da Inglaterra. Foi dura e difícil esta época em sua
vida, mas que conseguiu sobrepor graças a seu entusiasmo, os
conhecimentos e cumplicidade das idéias e ideais de seu esposo, sua
grande liderança e dons de grande administradora, inicia novamente suas
atividades. Nesses dias a Inglaterra vivia outra guerra mundial, e a
maioria dos homens estavam fora servindo a sua pátria, por tanto, havia
muito à se fazer, muitos serviços que prestar e muitos refugiados e
famílias que atender. Quando termina a guerra no ano de 1945, decide
viajar à todos os países que haviam sofrido os maiores danos e
desastres, sendo o primeiro deles, a França. Toma aulas de francês, o
que serviu para aprender o suficiente para dirigir-se aquelas milhares
de Guias e Scouts que lhe esperavam. Posteriormente visitou a Suíça,
Itália, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Noruega e Dinamarca. Durante este
período teve a alegria de ver a criação dos Centros Mundiais em várias
partes do mundo: Nosso Chalet na Suíça, Nossa Cabaña no México, Sangam
na Índia e a casa que levava seu nome, sediada em Londres.
Entre 1941, a morte de seu esposo, e 1970 ela visitou mais de cem
países e assistiu a quase todas as Conferências Mundiais. Desta forma a
conheceram, as meninas e as dirigentes de todo mundo tendo deixado em
todas elas uma recordação sobre sua grande personalidade. Quarenta anos
depois da carta, em 1959, Olave Baden-Powell veio ao Brasil, quando
tinha exatamente 70 anos. Mas estava em pleno vigor um dos traços
principais de sua personalidade: a capacidade de se interessar pelos
jovens escoteiros e bandeirantes e estabelecer rapidamente um diálogo
com eles. Outro traço marcante também esteve em evidência: Sua
impaciência com reuniões meramente "sociais" que toda a vida abominou.
Os últimos anos de sua vida passou em seu apartamento em Londres, foi
visitada por todo tipo de personalidade, não só do Movimento Guia,
Scout mas também representantes de governos, de organizações Mundiais,
que lhe deram grandes condecorações. Quando em 1975 foi celebrada a
Conferência Mundial em Londres, ela já não podia estar presente, mas no
dia da abertura, em uma fita gravada, enviou uma linda mensagem às
mulheres representantes de todos os países membros que assistiram ao
evento. Ela faleceu em 25 de junho de 1977, rodeada de seus entes
queridos e em sua memória foi oferecido um serviço religioso
extraordinário na capela de Westminster com assistência de membros da
nobreza, corpo diplomático e oficiais da Inglaterra e os mais altos
executivos das Associações de Bandeirantes e Escoteiros do mundo. A sua
solicitação foi de não enviar flores nem presentes na hora de sua morte,
gostaria de receber a alegria de que "semeassem" o fundo especial, cuja
finalidade era a construção da sede da WAGGGS, em Londres esta obra foi
terminada e o nome escolhido foi CENTRO OLAVE em recordação a sua
residência no Kenya com seu amado esposo que tinha o nome de PAXTU.
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